sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Mundo pula e avança

Dentro de três décadas, o Japão terá construído um gigantesco painel solar no espaço, que enviará energia para a Terra.
Espantado?
Vamos ao projecto: o governo japonês prevê um investimento de dois triliões de ienes (divida por 131,63 e terá ainda um número astronómico de euros…) na construção de uma central de energia solar de 1 gigawatt. Esta semana, um conjunto de empresas, incluindo a Mitsubishi, comprometeu-se a contribuir para este esforço. Concretamente, vão nos próximos quatro anos desenvolver tecnologia que permita enviar electricidade sem a utilização de cabos, provavelmente na forma de microondas ou mesmo raios laser (!).
Até 2015 será lançado um pequeno satélite, que fará o teste desta tecnologia. Até 2030 prevê-se ter a central solar, um painel com cerca de 4 quilómetros quadrados, a funcionar em pleno.
Como vantagem óbvia deste sistema, temos o facto de que no espaço terá exposição permanente ao Sol.
As desvantagens são ao nível dos custos. O transporte do material para a altitude em que é possível a órbita geoestacionária (a central orbitará a cerca de 36.000km) bem como a tecnologia envolvida neste processo, farão desta a mais cara fonte de energia alguma vez desenvolvida. Estimativas apontam para um custo de mil milhões de dólares por megawatt.

Os painéis vão provavelmente beneficiar dos recentes progressos feitos no campo das células fotovoltaicas. Em Agosto, uma empresa americana líder nesta área anunciou ter fabricado as células solares mais eficientes do mundo – convertem 41% da luz solar em electricidade (as mais baratas existentes no mercado apresentam uma taxa de 5%).
Para ter uma ideia das possibilidades, eis um facto: o Sol fornece à Terra numa hora energia mais do suficiente para cobrir as necessidades mundiais durante um ano.

Gerar electricidade no espaço e enviá-la para a Terra?
Parece ainda ficção científica, mas com o esgotamento previsto dos combustíveis fósseis, urge descobrir novas formas de captar energia. Os recursos estão à nossa disposição e depende do engenho humano aproveitá-los de forma segura e sustentável.

Condenado a renunciar à sua teoria de que a Terra não é o centro do Universo, mas antes gira à volta do Sol, Galileu deixou escapar o célebre “eppur si muove”.
E contudo, ela move-se…

Imagens: Scientific American e Bloomberg

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